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Acabámos de ler:

A Balada dos Pássaros e das Serpentes, Suzanne Collins (Editorial Presença)

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    Sou fã da saga de Hunger Games ( Jogos da Fome , em português). Devorei a trilogia, há anos, e adoro as adaptações para cinema (fiéis e muito bem conseguidas e interpretadas, na minha opinião). E, por isso, quando soube que ia sair uma prequela da saga, soube que tinha de a ler - idealmente antes de ver o filme no cinema. Esse era o plano; no entanto, idas ao cinema não estão fáceis, de momento. Nem leituras.      Se há coisa de que sinto falta, é de tempo para me sentar simplesmente a ler um bom livro, sem preocupações com a lista das tarefas pendentes.      Graças a uma amiga, acabei por me render aos audiolivros e "ler" este livro no que intitulei de "método híbrido" - ler uma a duas páginas nos raros momentos em que isso se proporciona, e aproveitar tarefas, viagens e afins para que um narrador me leia o mesmo livro. Gostei do resultado, e assim continuo, agora com outros títulos.     Em relação a A Balada dos Pássaros e das Serpentes , apesar de ter sabido

A Família Netanyahu, Joshua Cohen (D. Quixote)

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    O meu irmão, que habitualmente acerta nos livros que escolhe para me oferecer, deu-me A Família Netanyahu no Natal. Na altura a situação que se vivia em Gaza já era absolutamente chocante, mas ainda estava distante do horror dos números atuais. Hoje ficou-se a saber que nos quatro primeiros meses do conflito em Gaza foram mortas 12 300 crianças, mais do que as crianças mortas em todas as guerras combinadas de 2019 a 2022. E hoje também vimos na televisão o primeiro-ministro Benjamim Natanyahu recusar todos os apelos da comunidade internacional reafirmando que não parará.     Hesitei antes de começar a ler o livro e depois de o ler demorei vários dias antes de me decidir a sentar e a escrever sobre ele. O facto de ter ganhado o Prémio Nacional do Livro Judaico, para além do Prémio Pulitzer, ainda aumentou a minha hesitação. Porque razão o Prémio Nacional do Livro Judaico seria atribuído a um livro que não fizesse os leitores simpatizar com esta família ou pelo menos com o seu fil

Le viel incendie, Elisa Shua Dusapin (ZOE)

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       Não conhecia este livro, nem a Autora, Elisa Shua Dusapin. Filha de pai francês e mãe sul-coreana, nasceu em Paris, em 1992, onde viveu durante alguns anos. Atualmente reside numa pequena cidade na Suíça. Como ela própria refere, esta diversidade linguística e cultural ajuda a perceber a sua obra, em particular este último livro, «Le viel incendie». Tanto quanto consegui apurar, embora seja uma Autora premiada, nenhum dos seus livros foi traduzido para português, o que é de lamentar.      «Le viel incendie» recebeu o Prémio Wepler, da Fundação La Poste, e o Prémio Fénéon 2023. Como é dito na contracapa, depois de 15 anos de afastamento, Ágata, guionista em Nova Iorque, regressa à sua terra natal, Périgord, França, para, juntamente com a sua irmã mais nova, Vera, desmanchar a casa dos pais. Têm apenas 9 dias para o fazer, de 6 a 14 de novembro. As pedras da casa servirão para restaurar o pombal centenário de um vizinho, destruído por um incêndio antigo.     Até aos 15 anos, Á

Almas que não foram fardadas, Rogério Pereira (ed. Espaço e Memória - Associação Cultural de Oeiras)

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       A procura da correspondência entre pais e filhos durante o período em que os primeiros estavam em comissão na guerra colonial tem-me permitido conhecer muitas pessoas e partilhar com elas histórias e memórias. Nalguns casos, parte dessa memória já foi transposta para as páginas de um livro, como é o caso de «Almas que não foram fardadas», de Rogério Pereira. Como o Autor explica na contracapa, ele, a sua Alma e o seu Contrário nasceram no mesmo dia, cresceram e fizeram juntos o serviço militar. O livro, dedicado à mulher, filhas, netos e «aos filhos de todas as almas que não se fardaram nem se deixam fardar» relata a vivência como enfermeiro militar, em Angola, entre 1969 e 1971.     Logo a abrir o livro, no momento da partida, percebemos o papel que cada um desempenha: o próprio decide ir «aceitando a imposição que empurrava para a guerra tantos da minha geração», o Contrário contra-argumenta, considerando-o incoerente e recordando que sempre condenara a guerra. A Alma mode