Demasiada felicidade, Alice Munro (Relógio d'Água)
Estava com imensa curiosidade de ler um livro de Alice Munro, depois da atribuição do Prémio Nobel da Literatura 2013 e consequente divulgação e publicitação da sua obra. Para além do mais, gosto de contos. Bem escritos, conseguem hipnotizar o leitor e abandoná-lo quase imediatamente. A sensação de perda que produzem aumenta a ligação à história que acabámos de ler que assim se perpetua ou permanece mais duradouramente no nosso imaginário. Não partilho da perspectiva que a própria autora curiosamente transmite neste livro, no conto Ficção: (...) é uma colectânea de contos, não um romance. O que em si já constitui
uma desilusão. É como se diminuísse a autoridade do livro, dando do
autor a imagem de alguém que apenas ronda os portões da literatura, em
vez de estar já lá dentro.
Demasiada felicidade reúne dez contos, e o nome do livro é o título do último conto. É o único que tem uma base verídica ou é o único que é apresentado como tal. Conta-nos a vida de Sophia Kovalevsky, romancista e matemática. Embora perceba o fascínio que a protagonista exerceu sobre a escritora, o conto Demasiada felicidade, foi o que menos gostei. Talvez a necessidade de colar a narrativa aos factos conhecidos tenham impedida Alice Munro de soltar a escrita, como faz nos restantes contos.
Olá :)
ResponderEliminarTambém li este livro por curiosidade em relação à escrita da autora, uma das últimas mulheres a vencer o Prémio Nobel da Literatura, mas confesso que os contos não são muito a minha onda, prefiro romances, porque como são mais longos e desenvolvem mais as personagens permitem-nos criar mais empatia por elas e pela história em si. Mas, no geral, gostei dos contos e, principalmente, da escrita da autora. Percebo porque foi laureada.